Empanado de Frango I
A ironia é uma faca triangular com 3 gumes. Significa na versão clássica o contrário do que se está falando, e/ou ser algo desabonador, ou pode ser tomada ao pé da letra por ignorantes e simplórios. Pode ser também uma falsa ironia (portanto, exprimindo pensamento real) e significar que o contrário é irreal. Os discursos do Bial sempre são eivados de ironias dos 3 tipos. Ele influencia os concursantes e telespectadores com suas próprias preferências pessoais ou com as intenções e opiniões (opções) da produção, às vezes sutil, às vezes escancaradamente.
O nome correto disso é falta de ética, com objetivos mercenários. Quando um apresentador de RS não se limita a apresentar o programa e envereda pelas opiniões pessoais, mesmo que sejam concordantes com as opiniões da maioria dos concursantes, assistentes e telespectadores, denota falta de recursos na função. Um competente animador, comunicador, apresentador, etc, procura não fazê-lo e quando o faz sempre é com o objetivo de apenas divertir, e, não influenciar. Seria o caso de aprender com o Chacrinha ou, mais modernamente, com Silvio Santos.
Se o apresentador faz isso apenas após encerradas as votações de um paredão e apenas em relação a quem vai ser eliminado, tudo bem, e não prejudica nem beneficia os remanescentes individualmente às vezes mas, não é isso o que ele faz.
Coisa similar pode ser dita da exploração influenciante de fatos derivados de interferências para causar discórdias entre os concursantes, inclusive regras “nonsense”. Não é ético provocar desavenças e explorar essas desavenças para influenciar a audiência ou aos concursantes. O objetivo correto é a diversão e entretenimento da audiência e não a sua indução para a eliminação (rejeição) ou o favoritismo, ou para influir nos rumos do RS.
Nesta edição juntaram o grupo “pobre” com o “rico” na mesma mesa, mesma geladeira, mesmo fogão, mesma cozinha, mesmo tudo, com o claro objetivo de criar confusão ou conflitos e gerar barracos. Está evidente para quem enxerga direito que o estresse gerado seria para extrair as verdades dos caracteres e das personalidades mediante os conflitos, mas o que se vê é a inversão do meio com o fim, do recurso com a finalidade, tanto por parte da produção quanto por parte da audiência ludibriada por aquela.
As transgressões das regrinhas idiotas tornam-se os motivos da eliminação e não os atributos da personalidade que elas deveriam aflorar ou revelar por esses conflitos. Em RSs mais sérios as regrinhas visam divertir muito mais do que gerar conflitos e, as qualidades e defeitos são apenas os sub-produtos da convivência complicada forçada e dificultada com essas regras maquiavélicas.
Algumas chegaram a causar a interferência e reprovação das autoridades, como foi o caso do “Quarto Branco” (BBB9) e outras. Em RSs brasileiros, talvez pela ignorância do povo, talvez pela ignorância da produção e más intenções, ou de ambos (todos), essa inversão de enfoques sempre existiu e foi recorrente.
A audiência não se dá conta de que as regras, em alguns casos bem idiotas, e certas nuances de direção, não são mandatórias e, julga que a obediência e a cega e incondicional submissão a tais regras são qualidades, e, especialmente, em casos onde uma parte desta (audiência) é mal intencionada ou ignorante. Considera que as transgressões a elas são defeitos e, julga os concursantes com esses tortos critérios.
A produção por sua vez adora isso, porque tem as mãos livres com o beneplácito de parte da audiência para submeter os concursantes à sua vontade e talante, para manejá-los ao seu bel-prazer e conduzir o RS na direção que lhe é conveniente. Certas experiências, como “O Sabotador” (BBB11), por exemplo, não foram adiante porque teriam a virtude de alertar o telespectador de que as “traquinadas” são de mentirinha. Os “desvios de conduta” seriam claramente falsos e a produção sairia cono vilã na brincadeira.
Outros RSs estabelecem “missões” para os concursantes que não são exatamente exemplos de boa conduta (GH12+1, por exemplo), mas a audiência compreende que são feitas apenas para divertir. Só no Brasil é que a ignorância geral entende que isso é traquinada real ou deformações de caráter. Entende que as regras são para serem obedecidas cega e rigidamente e esquece o que interessa, que seria julgar o caráter real das pessoas e seus valores.
O balão de ensaios foi o “Sabotador” usado no BBB11. O erro dos “sabotadores” naquela edição foi cumprir as missões desonestas e não seria errado descumprir essas missões encomendadas ou exigidas pela produção quando desonestas. Se você pensa o contrário é um imbecil.
Um jogador inteligente poderia agir do modo correto e a produção se veria em maus lençóis, só lhe restando perseguir injustamente o jogador, o que aliás ocorreu em alguns casos de modo impercettível para a audiência. Quem não se lembra de algum caso ou desconfia de algum não é um apreciador constante e atento deste tipo de entretenimento.
Particularmente não dou a menor importância ao que os concursantes comem ou deixam de comer, de que forma comem ou quando ou onde, Quem dá importância a isso é simplista, cordeirinho manobrado ou que se deixa manobrar ou mal intencionado.
Não é fácil desconstruir torpezas e quem são destrambelhados e trapalhões são a produção e seus principais elementos, mais que os concursantes, que são apenas joguetes deles. Minha única vantagem é que posso ser prolixo e explanar ou desmascarar com detalhes, enquanto para eles tempo é dinheiro, muito dinheiro e, utilizam incorreta, injusta e desonestamente o exíguo que têm!
Por falar em exiguidade, as datas religiosas móveis têm explicações e razões muito mais profundas do que desconfiam os desavisados e, o monge Dionysius Exiguus (Cítia Menor, atual Dobruja, Romênia, cerca de 470 a cerca de 544), foi um dos precursores da transposição do calendário romano antigo para os mais modernos, e que levou ao conceito do “Anno Domini”, com as suas tabelas para o cálculo da data da Páscoa. Esta nota é pertinente por causa de intervenção incompleta e desastrada da Mariza e do Adrilles para explicar o que é a Quarta-feira de Cinzas, o Carnaval e a Quaresma e como são calculados. Para ver como se fazem esses cálculos clique aqui.
A segunda parte deste post será publicada quando a interdição da geladeira terminar ou, em oportunidade apropriada. Quando você não sabe uma coisa é melhor dizer que não sabe, do que dizer bobagens na TV ou, ressalvar que está “chutando”!
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